“A chuva é o reflexo de minh’alma, de meus olhos.. de cada parte de meu ser, sabe, eu queria realmente voltar no tempo, e quando digo voltar, quero dizer para dentro do ventre de minha mãe. Aonde minha unica preocupação era.. na verdade não tinha preocupação alguma, eu apenas tinha de me desenvolver para poder encarar de vez esse mundo tão cruel. Queria voltar sabendo de tudo.. que aprendi, que vivi. Assim talvez poderia ser um alguém melhor, saber a hora certa em que devo fazer as coisas, não magoar nem muito menos ser magoada. Eu queria entender essa solidão sabe, o que eu fiz para merecer tudo que estou passando? Queria poder lembrar-me.. Também queria aprender a sorrir, que o meu sorriso falso fosse verdadeiro o bastante para enganar até a mim mesma. Talvez assim eu conseguisse também entender o motivo pelo qual eu vivo.. ou melhor eu não ando vivendo, acho que é bem mais existindo que vivendo, não quero interagir com esse mundo podre, imundo, repleto de coisas que me assustam. O frio está ficando “bravo” aqui, nem tanto a temperatura de onde estou, mas sim de mim, minha temperatura, de meu coração, de meus sentimentos. Você não está aqui para aquecê-los e isso não é bom. Será possível que sentimentos se congelem? Uma xícara de café resolveria se fosse o frio normal, mas agora creio que só uma xícara de você.. ou talvez uma térmica inteira nem fosse o suficiente, a eternidade quem sabe. Eu não quero ser inconveniente mas tá faltando muito você aqui, eu sempre fui fraca e não vai ser agora que isso vai mudar. Nunca fui auto-suficiente, pelo contrário quase sempre fui dependente de pessoas, preciso constantemente de pessoas que transmitam paz para que eu fique em paz. Eu preciso de abrigo, não sei proteger-me sozinha, pois se soubesse teria me protegido de você. De todo esse bem que você me traz e que se tornou um vício, mesmo agora que você não está aqui. Sofro de abstinência e a minha droga não tem em lugar algum para se comprar.”
— Abstinência de ti
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Solta o verbo meu jovem.