“O dia vestido de noite, o cheiro morno da terra molhada pela graciosa chuva. Minha mente viaja em recordações, eu ouço a chuva aumentando cada vez mais, ela define o estado de meu corpo.. Estou feito chuva. Sou tão frágil e errante. Por que sou tão assim? Não suficiente pra ninguém, nem pra mim mesma. Às vezes meu coração dói, lateja.. tenho vontade de arrancá-lo com minhas próprias mãos, porém não o acho, é apenas um oco vazio em meu peito, droga. Por que é que tem de ser assim? Não ter ninguém pra cuidar de mim. Passo noites e madrugadas chorando e repetindo para mim “sou fraca, sou fraca demais” eu grito, até que esses gritos se tornem murmúrios fúteis que à mim nada servem. Por que tenho de amar? Pra que me serve esse tal de amor? Já não sofria o bastante sem ele? Por que meu Deus? Apenas lhe pergunto isso.. Imploro por respostas nunca atendidas. Imploro em vão, será? Às estrelas, como se implorasse ao vácuo? Não há de ser isso, por favor diga-me que não é. Que algum dia irás atender-me e serei feliz e suficiente. Temo que essa dor nunca vá, que nunca me abandone. Que esteja apegada demais para partir.. por que as pessoas não são assim como minha dor? Que faz parte de mim até nos piores momentos, não importando o que aconteça. Minha sina é viver apenas com essa dor? Apenas perguntas.. perguntas nunca contestadas, jamais. A chuva está cessando e isso não me agrada nem um pouco, o frio chega para ficar, para definir o estado de meu coração e eu apenas estou desejando que tudo fique bem.”
— Por que?
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Solta o verbo meu jovem.