“E mais uma vez tento descrever o que eu sinto, e nada de dar certo. Ando chorando demais, sem algum motivo aparente. Sinto que já não me encaixo em lugar algum, estou tentando, realmente com muito esforço não encaminhar essa escrita para você. Pronto, já não consegui.. é meio difícil não citar teu nome. Eu queria sequer lembrar o teu nome, não queria me importar com a tua dor, mas só de ficar sabendo dela já sofro. Qual o motivo para viver em função de ti? Já tens alguém que lhe cuida, lhe protege. Alguém que te faz feliz como sei que nunca permitirias que eu fizesse. Eu digo “seja feliz” e quando o digo é como se um flecha atingisse meu peito, perfurasse meu coração, deixando-o em mil pedaços. É uma punhalada em minhas costas, estou traindo a mim mesma fingindo que não me importo que não estejas comigo. Traindo minha felicidade. Sinto falta de te olhar dormindo e de seus olhos curiosos me fitando quando acordava e me viu deslumbrada com sua cara de sono. Da tua pele suave como a pétala duma rosa, e a macies que lembrava veluda e que me fazia querer acariciar teu rosto de novo, e de novo. A ruga que ficava em sua testa quando seu sono não estava calmo e como eu tinha vontade de desfazê-la. Teu cheiro que adorava me embriagar e teu cabelo que mesmo no escuro brilhava. Sinto falta de tudo isso, e um pouco mais. Essa é minha dor, tão clichê.. tão normal e ao mesmo tempo tão só minha.”
— Dores da saudade.
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Solta o verbo meu jovem.