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“É tanta paz de espírito que sinto uma vontade enorme de chorar. Estou tão feliz que pensei que nunca mais haveriam lágrimas. Começo a pensar que acho pretextos para chorar ou ficar triste, porque já estava acostumada com essa mesmice de lágrimas. Era uma rotina, e logo eu que nunca me adaptei com nada, havia me adaptado com ela. É normal chorar por nada, ou por felicidade talvez? Eu acho que é apenas paz demais preenchendo meu ser de uma só vez, nunca havia me sentido assim. Tão leve, compreende? Borboletas no estômago, anjos segurando minha mão e me levando ao céu. Estou voando dentre as nuvens, e isso é mais maravilhoso do que eu pensei que seria. Afinal, o fim de uma vida tão triste não poderia ter sido melhor. Outra vez não sei se choro ou se sorrio. Porém creio que sentirei falta de meus vícios, cafeína, das noites sem dormir. Insônia pura ou só angústia? Bom, isso já não importa, não irei dormir mesmo. Afasto todos os pensamentos ruins, me alertaram que para voar eu deveria pensar em coisas felizes e isso me lembra a Peter Pan e as histórias repletas de fantasia que me contavam antes de dormir, quando era criança. Creio que foi isso que me faltou na adolescência, histórias antes de dormir. Faltou carinho, colo, afeto. Isso que me fez tão amarga, quando eu deveria ser doce. Porém isso é outra coisa que não devo mais preocupar-me. Agora sou doce, tão doce quanto um algodão doce cor-de-rosa e isso é lindo, tão lindo quanto esse pôr-do-sol que é mais maravilhoso ainda daqui de cima. Bom, já não tenho palavras, tudo é lindo e maravilhoso porém tenho que acordar, percebi que ainda não é hora de partir e que a saudade atinge até aqueles que já não tem vida.”
— O céu é lindo, mas a saudade me persegue até lá. -

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“ Loucura? Talvez, realmente é algo que provavelmente me afetou. Estou louca, de saudade, angustia, dor.. Louca de todos as formas possíveis e imagináveis. Por minha mente passam pensamentos insanos e inadmissíveis, por meu peito passa uma dor rasgante, que grita e implora por vingança. Ela quer morte. Quer sangue escorrendo por teu rosto, e de teu rosto ao chão, quer tortura, dor. Quer ver cada pedaço de teu ser totalmente dilacerado. Não se importando com as consequências ou com quem irá sofrer com tua morte. Minha visão embaçada de raiva, vejo vermelho. Vejo sangue, você estirado ao chão, sem movimentos, sem vida, sem sentimentos.. Há lágrimas, gritos, uma ardente sensação de vitória correndo por meu corpo, uma adrenalina que nunca havia sentido. Isso me parece prazeroso até demais, te ver assim ao chão, ver teu sangue escorrendo. Veja até que ponto meu ódio chegou.. Acabei com tua vida e ainda me sinto bem com isso. Em meu rosto há um belo e gigantesco sorriso repleto de malícia
“Ainda ouço teus passos calmos vindo em minha direção, querendo me pegar de surpresa.. você sempre achou engraçado me assustar. Lembro do teu sorriso sofrido que segurava as lágrimas enquanto dizia que me amava, sim isso era verdadeiro. O brilho dos teus olhos adorava iluminar meu dia. Trazia-me rosas, e eu dizia que era clichê porém amava.. rosas brancas e vermelhas, eu implicava. Me lembravam ao flamengo, e como alguém pensaria em dar rosas flamenguistas à uma corinthiana? Você ria da minha conclusão doida, me chamava de louca. Você sempre com esse teu cabelo arrumadinho, eu sempre tentando estragá-lo pra ver você choramingar e falar que isso era algo que se demorava para arrumar.. fazia-me rir como ninguém nunca conseguia fazer. As pessoas que me cercavam sempre comentavam “como mudastes, ele te faz um bem danado” e elas estavam certas, botas-te um sorriso nesse meu rosto sempre tristonho. Eu que sempre gostei da doçura, acabei me acostumando com esse teu cheiro de menta, hortelã.